10/25/22

AMERICA_livro de Gonçalo Furtado_ review por Assunção Ataíde

 




Neste livro, Gonçalo Furtado aborda as utopias urbanas desenvolvidas na América e, ao folheá-lo, recordo a minha estadia, em 1997, nos EUA, nas grandes cidades, como Nova York, onde fui confrontada com a grande utopia vertical dos centros das cidades americanas, lançada nas primeiras décadas do sec XX, marcadas pela construção dos arranha céus de escritórios em ferro, sinônimos da dinâmica competitiva negocial, assim como os quarteirões da Baixa de Manhattan.

Em  Chapel Hill, North Carolina, uma Cidade Universitária, também observei a utopia horizontal, nos subúrbios, em que as pessoas da classe média, meus colegas professores, tinham a sua vivenda unifamiliar, no meio de um relvado. Esta era  a cidade do modelo ideal da família americana, das vivendas unifamiliares, com Cadillac à porta e barbecues ao fim de semana, onde se visualizavam jogos de basebol com os vizinhos num alegre convívio. Esta utopia apoiada pelo carro, programa fr autoestradas americano de início dos anos 40s, dissemina-se na paisagem suburbana e é exportado para o mundo, como modelo do quotidiano laboral, a deslocação do automóvel para o centro da cidade.

O subúrbio passava a ser visto como uma nova ideia de cidade, baseada num modelo horizontal de baixa densidade, mas 80% da população vive e deambula de carro, por entre uma dispersão desarticulada de urbanizações residenciais.

Assim como Gonçalo Furtado escreve, perante este modelo e “face ao desenvolvimento metropolitano prevêem-se vários problemas: infraestruturais e de tráfego, o esgotamento dos terrenos agrícolas e desequilíbrio ambiental…” o que vem estimular a presença do novo paradigma tecnológico centrado na convergência da informática e das telecomunicações – a utopia digital.

Convido-vos a seguirem estas páginas para melhor conhecerem a evolução da Cidade Americana através da do Saber e Fotografia do Gonçalo Furtado a quem, desde já, a Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra muito agradece a sua partilha.

 

Assunção Ataíde

APBC

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