Neste
livro, Gonçalo Furtado aborda as utopias urbanas desenvolvidas na América e, ao
folheá-lo, recordo a minha estadia, em 1997, nos EUA, nas grandes cidades, como
Nova York, onde fui confrontada com a grande utopia vertical dos centros das cidades americanas, lançada nas
primeiras décadas do sec XX, marcadas pela construção dos arranha céus de
escritórios em ferro, sinônimos da dinâmica competitiva negocial, assim como os
quarteirões da Baixa de Manhattan.
Em Chapel Hill, North Carolina, uma Cidade
Universitária, também observei a utopia
horizontal, nos subúrbios, em que as pessoas da classe média, meus colegas
professores, tinham a sua vivenda unifamiliar, no meio de um relvado. Esta era a cidade do modelo ideal da família americana,
das vivendas unifamiliares, com Cadillac à porta e barbecues ao fim de semana,
onde se visualizavam jogos de basebol com os vizinhos num alegre convívio. Esta
utopia apoiada pelo carro, programa fr autoestradas americano de início dos
anos 40s, dissemina-se na paisagem suburbana e é exportado para o mundo, como modelo
do quotidiano laboral, a deslocação do automóvel para o centro da cidade.
O subúrbio
passava a ser visto como uma nova ideia de cidade, baseada num modelo
horizontal de baixa densidade, mas 80% da população vive e deambula de carro,
por entre uma dispersão desarticulada de urbanizações residenciais.
Assim
como Gonçalo Furtado escreve, perante este modelo e “face ao desenvolvimento metropolitano
prevêem-se vários problemas: infraestruturais e de tráfego, o esgotamento dos terrenos
agrícolas e desequilíbrio ambiental…” o que vem estimular a presença do novo
paradigma tecnológico centrado na convergência da informática e das telecomunicações
– a utopia digital.
Convido-vos
a seguirem estas páginas para melhor conhecerem a evolução da Cidade Americana
através da do Saber e Fotografia do Gonçalo Furtado a quem, desde já, a Agência
para a Promoção da Baixa de Coimbra muito agradece a sua partilha.
Assunção Ataíde
APBC
No comments:
Post a Comment