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11/10/25
Notas sobre arquitectura portuguesa, alguns vectores dos desenvolvimento e desafios nas primeiras décadas do século XX
Notas sobre arquitectura portuguesa, alguns vectores dos desenvolvimento e desafios nas primeiras décadas do século XXI
Gonçalo Furtado
i.
Em Portugal, as primeiras décadas do século XX ficaram marcados por variados fenómenos sociais e arquitectónicos.
Tal inclui, em termos gerais sócioculturais, em primeiro lugar, a constatação indubitável de grande transformação e diversificação, simultânea a alguns casos de fragmentação e precaridade.
Em segundo lugar, constata-se um omnipresente apelo ao consumismo, volatilidade e por vezes populismo mediático, bem como multiplicação das segmentações de mercados, o culto do hiperindividualismo, etc. Ao que acresce aspectos como o benefício da multiplicação de novos estilos de vida e de habitar, a consciência do requisito imperativo da personalização, etc.
Em terceiro lugar, constata-se um envelhecimento da população, justificando uma maior preocupação pela área da geriatria, incluindo a assistência à mobilidade reduzida e demais apoios necessários de atender.
Em quarto lugar, constata-se transformações nas estruturas familiares e laborais, etc. Incluindo uma diversificação das configurações ou perfis familiares, simultânea a diminuição de restrições face a géneros, etc. Tal inclui por exemplo, uma não restrição das uniões ao tradicionais casais, as famílias sem filhos, a monoparentalidade, as famílias reconstruídas e a benéfica alternância entre residências para crianças de pais divorciados, etc. Ao que acresce ainda a profusão de situações de coabitação, incluindo tanto a intergeracional (pela dificuldade de emprego para os jovens, carência de apoio aos séniores, etc), como a de não parentes ou conhecidos, etc.
ii.
Acrescem aos mencionados fenómenos, uma miríade de aspectos sociais e arquitectónicos.
Especial destaque teve, na transição do século, o desenvolvimento da Sociedade da Informação (justificando então tenhamos investido então em várias publicações e eventos sobre essa temática). Como sabido, esta ficou expressa num exponencial uso de TICs (tecnologias de informação e comunicação) centradas na articulação entre computação e telecomunicações, progressivamente miniaturizadas e portáteis. Com especial destaque para os telemóveis e possibilidade de videochamdas, os computadores portáteis e possibilidade da conexctividade em redes sociais digitas; Com a promessa de um futuro com também “smart buiblings” glorificando automatizações, o feeback de sensores, e uma permanente articulação com o ciberespaço.
Em termos de arquitectura, salientar ainda também que o período em apreço, curiosamente, foi simultâneo a uma maior preocupação com o espaço público dos centros urbanos e com a sustentabilidade (e.g. o progama Pólis etc), etc.
iii.
Já com o avançar das primeiras décadas do século XXI, verificou-se uma onda de crises económicas, bem como uma consciêncialização do problema nacional da habitação (com o aumento de rendas, especulação imobiliária, etc).
A tal acresceu uma expansão redentora do turismo e fluxo imigratório, aportando o benefício de maior multiculturalismo aos centros urbanos, etc.
Por fim, no que concerne ao período mais recentemente, destaca-se indubitavelmente a alarmante experiência da pandemia do “Covid 19” (2019-2022). Este inusitado fenómeno, que se prolongou por 3 anos, consistiu numa epidemia a que se respondeu com a imposição de distanciamento entre pessoas, uso de máscaras cirúrgicas, etc. Mais acrescendo uma imposição de confinamento domiciliário, com uso restritivo da cidade (saídas para farmácia, passeios etc), com benefícios como ter promovido a tele-actvidade remota online (ao nivél do trabalho, ensino, etc).
No que concerne á arquitectura, deve-se ainda salientar que tal desafio requereu indubitavelmente formas criativas de viver as habitações, viver e trabalhar. Designadamente, uma reorganização dos seus espaços (em ambientes versáteis e polivalentes, multifuncionais e reconfiguráveis continuamente para acolher usos frequentemente simultâneos (de estar, comer, trabalhar, dormir, etc) dos habitantes do seu agregado.
iv.
Em grande medida, não deixa de obviamente de ser passível um estabelecimento de inter-relação entre alguns dos fenómenos mencionados. Por exemplo no que tange a habitação, com os demais.
No domínio da habitação, interessa enfatizar que esta beneficiaria da concepção de novas tipo(logias) e programas mutáveis/evolutivéis/expansíveis, e sobretudo detentores de capacidade de adaptatibildade (e.g. mediante layout flexíveis, sistemas amovíveis, e complementos tecnológicos), etc.
Só assim, se assegurará a sua apropriação pelo habitante face ás transformação das necessidades longo sentidas ao longo da suas fases vida (dinâmicas familiares, etc); no dinamismo do contexto social-cultural que na contemporaneidade marca a arquitectura.
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