writings on architecture, design and cultural studies (incl. cedric price, gordon pask and many other stuff)
5/26/23
Exposição Napkins, Casa da Esquina, Coimbra, Junho 2023
“Napkins” constitui termo inglês, que se traduz como guardanapos. A escolha deste título para a série de desenhos exposta, remete para a fragilidade dos suportes físicos da maioria deles, bem como para espaços quotidianos, e a efemeridade desses momentos fixados.
Duas centenas de desenhos, feitas em pausas do dia, com traço rápido (maioritariamente a caneta) e aguada (maioritariamente de café).
Pela proximidade com a Casa da Esquina, que frequento desde 2019, ao longo de anos recentes alimentámos a ideia de expor alguns dos desenhos que acumulara desde 2011, bem como o título da exposição e, futuramente, de uma publicação.
Em 2023 decidimos concentrar a exposição em período posterior a 2018/2019, altura estranha da minha vida, em que o Covid paradoxalmente nos facultou imenso tempo, mas simultaneamente nos afastou daqueles que nos são mais queridos. Bastante desenhei entre 2019 e 2022, sedando as pausas do dia, como se de memórias expectantes se tratasse.
Inevitavelmente, aquando da concetualização da instalação da montagem da presente exposição na Casa da Esquina em Coimbra, sinto que vivi os ecos da conversa tida com os terceiros autores – José Gil e Ana Godinho Gil no Porto em 18.5.2023.
Gostaria de salientar alguns dos aspetos dessa importante referência que são estes filósofos, no que tange a temas como o Espaço, o Corpo e as Artes. Filósofos e referências que sinto não terem deixado de ecoar ainda aquando da minha montagem da presente exposição – espaço de liberdade, interior e de sensações, contra a ação de maquinarias que por vezes nos assaltam enquanto “sujeito”.
Gonçalo Furtado
Embora sempre tenha tido atração pelo desenho, a verdade é, até ao ingresso no ensino superior dediquei o meu tempo livre muito mais à música e fotografia.
No início dos anos 90s, aquando da licenciatura em arquitetura, fui mais ou menos obrigado a imergir-me nesse tipo de visão e relação com a realidade que é o desenho.
Na primeira década do século - absorvido pela academia, a escrita e a crítica para revistas (uma tríade) - retomei a fotografia (com minoxs e afins, polaroids, descaráveis, primeiras, pequenas digitais compactas e depois telemóveis) mas desenhei muito pouco.
A partir de 2011, voltei a desenhar para sedar muitas pausas do dia e depois como atividade com o meu filhote e como expressão artística pessoal.
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