3/31/23

https://sigarra.up.pt/faup/pt/noticias_geral.ver_noticia?p_nr=74822

"Candidaturas | Mestrado Profissionalizante em Inovação Digital para Práticas de Projeto - MID | FAUP + ISCTE-IUL | 2023.2024 Candidaturas: 19 de dezembro 2022 - 16 de janeiro 2023 17 de janeiro 2023 - 13 de fevereiro 2023 14 de fevereiro 2023 - 03 de abril 2023 04 de abril 2023 - 22 de maio 2023 23 de maio 2023 - 03 de julho 2023 04 de julho 2023 - 28 de agosto 2023 candidaturas online O Mestrado Profissionalizante em Inovação Digital para Práticas de Projeto (MID) é um programa único no contexto nacional que promove a formação especializada de mestrado num ano, sem necessidade de interromper a vida profissional. Neste ciclo de estudos, descobrirá como desenvolver atividades de projecto de forma inovadora, com impacto nos objetivos fundamentais de transição digital e sustentável do sector profissional da arquitetura (AEC) e do design. O programa está estruturado para garantir um equilíbrio entre competências teóricas e operativas para fazer a verdadeira diferença no presente e futuro da profissão. Apresentação Organizado em cotutela com a Iscte - Instituto Universitário de Lisboa, o Mestrado Profissionalizante em Inovação Digital para Práticas de Projeto — MID permite abranger várias dimensões associadas à prática de Projeto em atividades como a arquitetura, o design ou a construção, cobrindo conhecimentos fundamentais e atualizados para se poder compreender, implementar e liderar processos de transformação digital nessas áreas. Considerando a importância da dupla transição digital e climática, o curso promove conhecimento, inovação e liderança no sector profissional / industrial em articulação com a universidade, envolvendo o desenvolvimento de um trabalho de projeto aplicado à resolução prática de problemas de relevância para as empresas, ateliers e o tecido industrial em geral. Para o efeito, estimula um conjunto de competências fundamentais aplicadas para a inovação nos processos e produtos do projeto, abordando temáticas como a Computação; Fabricação Digital; BIM; IoT; Realidade Virtual e Aumentada; Inteligência Artificial; Ciência dos Dados ou Empreendedorismo. Através do posicionamento pós-laboral, este Mestrado permite aos participantes manter uma vida profissionalmente ativa, facilitando a promoção de aprendizagem ao longo da vida. O MID tira ainda partido da colaboração entre duas Faculdades (ISCTE-IUL e FAUP) e duas cidades (Lisboa e Porto), beneficiando, desse modo, dos melhores conhecimentos, recursos e conexões ao mundo profissional que estas instituições e locais têm para oferecer. Mais informações na página do curso do ISCTE-IUL: Mestrado Profissionalizante em Inovação Digital para Práticas de Projeto — MID. Destinatários Este programa destina-se a candidatos que possuam um grau de licenciatura, ou equivalente legal, em qualquer área de estudo e, cumulativamente, uma experiência profissional de, pelo menos, 5 anos. Leccionado em Português e Inglês. Objetivos Dominar referências teóricas e conceptuais associadas à transformação digital em curso na sociedade e no mundo profissional; Promover competências e aptidões necessárias para compreender problemas reais e, através da prática do projeto, encontrar oportunidades de inovação convocando, para isso, conceitos, metodologias e tecnologias atuais de carácter interdisciplinar; Desenvolver metodologias para formular e implementar em contexto empresarial / industrial - de forma autónoma ou em equipa - estratégias de projeto tecnologicamente avançadas; Dotar os profissionais de capacidade crítica e cultural para participar na discussão global sobre o presente e futuro das áreas de projeto. Estrutura Curricular Todos os interessados nas temáticas, destinando-se prioritariamente a profissionais, técnicos, decisores, investigadores ou estudantes associados às áreas de planeamento urbano, gestão urbanística e projeto urbano. Unidades Curriculares Cultura e desafios da era digital (obrigatória, 1º semestre, 3 ECTS) Estúdio de investigação por projecto (obrigatória, 1º semestre, 6 ECTS) Gestão da inovação e empreendedorismo (obrigatória, 1º semestre, 3 ECTS) Processos de produção digital (obrigatória, 1º semestre, 6 ECTS) Processos e tecnologias dos dados (obrigatória, 1º semestre, 6 ECTS) Tecnologias de digitalização e simulação (optativa, 1º semestre, 6 ECTS) Tecnologias materiais e sustentabilidade (optativa, 1º semestre, 6 ECTS) Trabalho de projecto em inovação digital para práticas de projecto (obrigatória, 1º semestre, 30 ECTS) Docentes Alexandra Paio, José Pedro Sousa (Direcção do Curso) Clara Pimenta do Vale, Florinda Matos, Gonçalo Furtado, João C. Ferreira, Luís Nunes, Nuno Lacerda Lopes, Pedro de Azambuja Varela, Sancho Oliveira, Sara Eloy, Vasco Moreira Rato Horário Pós-laboral. Candidaturas 19 de dezembro 2022 - 16 de janeiro 2023 17 de janeiro 2023 - 13 de fevereiro 2023 14 de fevereiro 2023 - 03 de abril 2023 04 de abril 2023 - 22 de maio 2023 23 de maio 2023 - 03 de julho 2023 04 de julho 2023 - 28 de agosto 2023 candidaturas online Propinas estudantes UE | 5000.00 € Propinas estudantes fora da UE * | 8500.00 € + taxa de candidatura * Informação para o ano letivo de 2023/2024 > ISCTE-IUL ECTS 60 Créditos ECTS Mais informações Mais informações na página do curso do ISCTE-IUL: Mestrado Profissionalizante em Inovação Digital para Práticas de Projeto — MID." (IN: https://sigarra.up.pt/faup/pt/noticias_geral.ver_noticia?p_nr=74822)

O GRÃO DAS AMÉRICAS (Daniel Tércio)

O GRÃO DAS AMÉRICAS "Escrevo este texto na penumbra das imagens. Suspeito que muitas das fotos em exibição vão estar assim, numa zona não inteiramente de luz, em que o grão da imagem ganha uma densidade inusitada. O grão. Ocorre-me o grão de milho (algo ausente das fotos), o milho que presumivelmente foi domesticado há mais de sete mil anos na região do México. Gonçalo Furtado e António Manuel Rodrigues Oliveira transportam com os seus clichês uma presença equivalente ao cereal, no tempo em que este ainda não sofrera manipulações genéticas. O que gosto nos exercícios fotográficos de ambos é justamente isso: são aglomerados de grãos não geneticamente modificados. Os seus autores surgem como deglutidores de grãos, a preto e branco, sem o frenesim colorido de influencers. Grãos que se configuram em formas de luz e sombra. Neste caso, o material foi colhido em Nova York, em Clemenson, perto de Atlanta, em Princeton, no Iowa, em Salvador da Bahia, em São Paulo, em Lima, em Puno, em Titicaca, em Cusco, no Macho Picchu, etc.. Aglomerados de grãos, certamente incompletos, pois todas as viagens só podem ser incompletas. Grãos triturados, espaciais, construídos, desconstruídos, feitos farinha, e erguidos em poeira de luz e sombra. O espírito da arquitetura atravessa a América destes dois fotógrafos-viajantes. Na verdade, não fosse esta “o mundo novo”, a arquitetura seria outra. É verdade que nesse novo mundo, os olhares deleitam-se entre os modernismos europeus, as arquiteturas ameríndias e as pessoas. Esta daria outra história, uma história de onças, de bisontes e de xamãs em confronto com uma história de espingardas, de cavalos e de vírus. Concreto contra folhas de palmeira e pedras esculpidas. Belo e bruto, como só o bruto pode ser belo. Eis a América no plural. 31/03/2023" Daniel Tércio

3/29/23

https://sigarra.up.pt/faup/pt/noticias_geral.ver_noticia?p_nr=76322

"Exposição | 'Transcontinentalidades - Imaginários Urbanos' de Gonçalo Furtado e António Oliveira 22 de março a 14 de abril de 2023, Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbenkian A exposição 'Transcontinentalidades - Imaginários Urbanos' reúne uma seleção de fotografias da autoria do professor da FAUP Gonçalo Furtado e do Arquiteto António Oliveira. A inauguração da exposição, que pode ser visitada de 22 de março a 14 de abril de 2023, e apresentação do catálogo terá lugar no dia 17 de março, às 19h00, com a presença dos autores, será acompanhada por comentário por Carlos Marques e Assunção Ataíde, seguido por um concerto de jazz. A apresentação da exposição resulta de uma parceria entre a Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, em Aveiro, e a Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra. Mais informações: www.facebook.com/EACMCGA" in: FAUP https://sigarra.up.pt/faup/pt/noticias_geral.ver_noticia?p_nr=76322

ESAD conferencia Gonçalo Furtdo

(Foto cedida por Ana Cardoso ESAD)

3/22/23

Lançamento de livro

"Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Aveiro 13ਘੰਟੇ · Instagram · -REAGENDAMENTO- O ciclo Transcontinentalidade versará sobre quatro continentes ao longo de 2023. A exposição sobre o continente Africa cobre países do sul, norte e centro, com fotos da autoria do professor Gonçalo Furtado e do Arquiteto António Oliveira. O ciclo de exposições resulta de parceria entre a Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, Aveiro (EACMCGA), e a Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra. A inauguração da exposição, que ficará disponível ao público até 14 de abril'23, será AMANHÃ DIA 22 DE MARÇO'23, às 19.00h na sala Azeredo Perdigão. O início será marcado com um recital de abertura, oferecido por Eduardo Abreu, aluno de Piano Jazz da nossa escola. A entrada é livre!" in: https://pa-in.facebook.com/EACMCGA/

3/21/23

O ESPAÇO/FICÇÃO E NUNO CAMARNEIRO Gonçalo Furtado No concernente ao tema “espaço/ficção”, interessa recordar a abordagem de Nuno Camarneiro em ciclo na FIMS – onde foi o palestrante convidado de uma primeira conversa ocorrida a 18 de Março de 2023, explicitamente intitulada “O Espaço da Escrita”. Como apontamento biográfico, sumariza-se: “Nuno Camarneiro nasceu na Figueira da Foz em 1977. Licenciou-se em Engenharia Física pela Universidade de Coimbra, trabalhou no CERN e doutorou-se em Ciência Aplicada ao Património Cultural pela Universidade de Florença, Itália. Foi investigador no Departamento de Química da Universidade de Aveiro e é actualmente docente da Escola das Artes da Universidade Católica do Porto e investigador integrado do CITAR (Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes). Em 2011 publicou o seu primeiro romance, No Meu Peito Não Cabem Pássaros, em 2012 venceu o prémio Leya com o romance Debaixo de Algum Céu. Em 2015 publicou o livro de contos Se Eu Fosse Chão e em 2018 publicou o seu mais recente romance O Fogo Será a Tua Casa. Publicou ainda três livros infantis: Não Acordem os Pardais, O Que Veem as Estrelas, e A Casa das Perguntas.É autor e co-autor de diversas peças de teatro, entre elas Ainda Hoje Era Ontem (Teatro Académico Gil Vicente, 2015), Eu, Salazar (Teatrão, 2018), O Que Vêem as Nuvens (CCB, 2020), Amanhã ou Depois de Amanhã (Comédias do Minho, 2021) e Ónus (Convento de São Francisco, Coimbra, 2022)”. Fig - Nuno Camarneiro Interessando atender às palavras de Camarneiro, avançadas em sinopse no âmbito do ciclo do FMIS: “ ‘Uma história são pessoas num lugar por algum tempo’, assim começa o romance Debaixo de Algum Céu, que escrevi em 2011. Onze anos passados revejo-me ainda na afirmação e dou igual valor às três premissas necessárias para que uma história aconteça: Pessoas, lugares e tempo. O lugar é o palco onde as vozes, as acções e o drama podem acontecer, onde se confrontam e mostram, num diálogo difícil e profícuo entre exterior e interior. Falemos então desses lugares e das múltiplas e complexas geografias da ficção”. A abordagem do autor no âmbito do FIMS surgiu então sumariada como infra: “… Nuno Camarneiro, cientista e escritor, em diálogo com os organizadores/moderadores, Gonçalo Furtado e António Oliveira, falou do conceito e da sua apropriação enquanto ferramenta de compreensão do real e simultaneamente mecanismo de criação. Partindo do seu percurso, da sua obra escrita e dos seus autores de referência, abordou as múltiplas aceções do espaço: real, simbólico, imaginário, do jogo de espelhos que sempre se estabelece entre a construção teórica e a experiência individual, social e política do mundo. Neste território comum à literatura e à arquitetura, com as suas interseções e transposições, contrapôs a liberdade ficcional da escrita e o seu potencial antecipador de outras realidades, ou até mesmo o exercício sinestésico de quem lê, aos constrangimentos inerentes à sua objetualização, à projeção do arquiteto, até quando esta permanece idealizada. Falou-se da memória e dos modelos que vão filtrando a nossa perceção do espaço e da forma como este, nas suas diferentes escalas, vai ditando as nossas vidas, sem deixar de referir a recente experiência de confinamento e a globalização do imaginário que marca o nosso tempo”. Fig – sessão 1 No meu entendimento, interessa salientar-se relativamente a este autor, sua abordagem e sua obra, alguns aspectos. i. Biograficamente, como já aludido, Nuno Camarneiro nasceu a 17 Agosto 1977, de pais provenientes de Montemor o velho, sendo irmão de Marco e Rita Camarneiro. Em 2007, formou-se e, engenharia física pela Universidade de Coimbra, e em 2010 doutorou-se em Forneça na área da ciência aplicada ao património cultural. Realizou Posdoc na Universidade de Aveiro, tendo em 2015 passado pelo CERN – organização europeia para pesquisa nuclear. È certo que num seu curriculum vitae constante da plataforma CienciaVitae constam cerca de três dezenas de comunicações científicas (papers e posters). Mas no entanto e não curiosamente, todos os livros ali enumerados são antes de foro literário. Actualmente é investigador e professor convidado em Escola de Artes, da Universidade Católica do Porto. Fig. Nuno Camarneiro, 1990s. (Fotos GF). ii. Focando o conceito de espaço com o ofício do autor, a relação depara-se com uma convivência entre ciência e arte, o que recorda discussões como a dos anos 60s de CPSnow, acerca da distinção entre duas culturas, as humanidades e as ciências, ou entre as artes e ciências sociais e as ciências exactas. O ofício da escrita de Camarneiro ocorre nessa oscilação entre a extrutura/ciência exacta da Física (ainda que numa aplicação ao mundo cultural do património), possuindo latente interesse por uma escrita dirigida à divulgação científica. Simultaneamente desenvolve a artisticidade da escrita literária, interesse nascido da ávida leitura desde tenra idade. No mundo da ciência, o conceito “espaço” remete para as reiteradas tentativas de descrição do mundo. Por exemplo pela mecânica de Newton, bem como posteriormente por Einstein numa escala micro ou macro escala distante do quotidiano do homem. Já do ponto de vista filosófico, de um absoluto em Kant a um rizomático em devir em Deleuze. iii. Em termos de referências literárias, as referências de Camarneiro são variadas. Incluiem autores com proximidade afim área da arquitectura - de Italo Calvino a J Luís Borges – mas poucas pistas nos deixam para além do privilégio pelo género do conto. Se em termos da história da literatura, às grande narrativas e interpretações sociais se sucedeu experiências modernas de um Pessoa ou outros, a pós-modernidade diversificou-se simultaneamente em expressões individuais e independências geográfico-culturais. Curiosamente, para a sessão do ciclo da FIMS, sugerira-se o termo “ficção” em vez de “escrita”. A ficção engoba os espaços, recordando-se a título de mero exemplo, o género da ficção científica desde o entre-guerras, ou a Banda-desenhada academizada no Pratt Institut. Ora, como bem salientou Luís Urbano , também o próprio ofício da arquitectura é em si mesmo ficção. Neste sentido, poder-se-ia ainda recordar a leitura estruturalista e semiótica da realidade. O mundo simbólico, no sentido que Morris atribui ao signo, como “tudo o que está em lugar de outra coisa”. No pequeno livro “O signo”, o romancista e professor de semiótica Umberto Eco, recorre amiúde a referências do mundo da arquitectura, por exemplo quando fala num funcionamento primário e secundário do signo. Já no pós-estruturalismo, toda uma série de questionamentos - como em Foucault “O que é um autor etc” – exponenciaram a sua ideia de “Obra aberta” do predito Eco. Na contemporaneidade, a vivência do hipertexto e do virtual (no sentido dado por Proust de “virtus” como algo em potência), desafia áreas humanas múltiplas, que vão da literatura à arquitectura. iv) – Gostaria de remeter o leitor para a interesse de Camarneiro, como autor, e seu pensamento. Desde logo pela abordagem interessante que deu aos 3 motes lançados a titulo de interpelação no ciclo da FMIS – sobre analogia entre espaço em literatura/arquitectura; a introdução do tempo da existência/experiência, e no que tange à interpretação da própria experiência. Por outro lado, obviamente, pela obra literária, que vem desenvolvendo há mais de uma ´década. Mas vejamos mais perto. Em 2011, Camarneiro publicou o seu primeiro romance - “No meu peito não cabem pássaros” (pela Don Quixote). História em que nos deparamos com homens distanciados no espaço e (se me recordo) no tempo. Um a lavar arranha-céus na metrópole Nova Iorquina, e outro, uma criança que inventa coisas que depois acontecem. Esta ideia de multi-temporalidade, espaços/sonhos, e gerações, é o que sempre vai reincidir na sua obra. Em 2013, publicou - “Debaixo de algum céu” – segundo romance com que venceria o Prémio Leya atribuído por júri presidido por Manuel Alegre. Aqui, temos a vida de vizinhos, por exemplo um velho que inventa o futuro. Mas mais elementos arquitectónicos, neste caso casas, bem como janelas viradas para dentro. Já em 2018, publicaria o seu terceiro romance – “O fogo será a tua casa” – (pela Don Quixote), onde nos remete remete para a escala da viagem e para um contexto do conflito do médio-oriente. Novamente, concebe um espaço concreto, um barracão que alberga o pesadelo do encerramento e o escape do imaginário. Para além de romances, Camarneiro tem publicado contos, em vários livros. Já em 2015, publicara uma compilação de contos em livro intitulado - “Se eu fosse chão” (pela Don Quixote). Narração de várias personagens, e ocorrências num Hotel, per si um equipamento arquitectónico simbolicamente específico. Sendo que, em 2016, contribui com outros 8 autores, para o livro - “Uma terra prometida” -, marcado pelo enfoque no drama dos refugiados. Já no seu blog - “Acordar o dia” -, dedicou-se entre Janeiro de 2009 e Julho 2015, a partilhar micro literatura, nos formatos de poesia e conto, acompanhada de ilustrações do seu irmão Marco. Por último gostaria de salientar a interessante literatura de Camarneiro dirigida a um público infantil. Data logo de 2015 a publicação de “Não acordem os pardais” (com 56 páginas), em que surgem questões. Como “para onde vão os sonhos?”, “onde mora o papão?”; e festas com passarada em pleno sótão da casa. Em 2021, publicou “O que veem as estrelas”(com 32 páginas, pela Minotauro), novamente marcado pelo imaginário fértil da pergunta das crianças. Já em 2022, publicou a “A casa das perguntas” (com 40 páginas pela Minotauro), desta dedicado a um público ainda mais jovem de 6 anos. Novamente surgindo perguntas de crianças, num espaço em que algumas janelas olham para fora e outras para dentro. Enfim, uma metaforização epistemológica da questão exterior/interior com que qualquer arquitecto e habitante se depara no seu mundo arquitectónico. Escrita. Espaços. Pensamentos. Nuno é um amigo, e somente querido. Mas sua escrita inquestionavelmente é de interesse para um mundo mais amplo, que vai da literatura à arquitectura. Camarneiro, actualmente encontra-se a escrever para teatro, área como sabido cara à arquitectura. O que de resto já acontecera, em 2015, com a publicação de “Ainda hoje era ontem” (pela Don Quixote). Fig – Seleção de obra do autor.

O ESPAÇO/FICÇÃO E NUNO CAMARNEIRO

O ESPAÇO/FICÇÃO E NUNO CAMARNEIRO Gonçalo Furtado No concernente ao tema “espaço/ficção”, interessa recordar a abordagem de Nuno Camarneiro em ciclo na FIMS – onde foi o palestrante convidado de uma primeira conversa ocorrida a 18 de Março de 2023, explicitamente intitulada “O Espaço da Escrita”. Como apontamento biográfico, sumariza-se: “Nuno Camarneiro nasceu na Figueira da Foz em 1977. Licenciou-se em Engenharia Física pela Universidade de Coimbra, trabalhou no CERN e doutorou-se em Ciência Aplicada ao Património Cultural pela Universidade de Florença, Itália. Foi investigador no Departamento de Química da Universidade de Aveiro e é actualmente docente da Escola das Artes da Universidade Católica do Porto e investigador integrado do CITAR (Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes). Em 2011 publicou o seu primeiro romance, No Meu Peito Não Cabem Pássaros, em 2012 venceu o prémio Leya com o romance Debaixo de Algum Céu. Em 2015 publicou o livro de contos Se Eu Fosse Chão e em 2018 publicou o seu mais recente romance O Fogo Será a Tua Casa. Publicou ainda três livros infantis: Não Acordem os Pardais, O Que Veem as Estrelas, e A Casa das Perguntas.É autor e co-autor de diversas peças de teatro, entre elas Ainda Hoje Era Ontem (Teatro Académico Gil Vicente, 2015), Eu, Salazar (Teatrão, 2018), O Que Vêem as Nuvens (CCB, 2020), Amanhã ou Depois de Amanhã (Comédias do Minho, 2021) e Ónus (Convento de São Francisco, Coimbra, 2022)”. Fig - Nuno Camarneiro Interessando atender às palavras de Camarneiro, avançadas em sinopse no âmbito do ciclo do FMIS: “ ‘Uma história são pessoas num lugar por algum tempo’, assim começa o romance Debaixo de Algum Céu, que escrevi em 2011. Onze anos passados revejo-me ainda na afirmação e dou igual valor às três premissas necessárias para que uma história aconteça: Pessoas, lugares e tempo. O lugar é o palco onde as vozes, as acções e o drama podem acontecer, onde se confrontam e mostram, num diálogo difícil e profícuo entre exterior e interior. Falemos então desses lugares e das múltiplas e complexas geografias da ficção”. A abordagem do autor no âmbito do FIMS surgiu então sumariada como infra: “… Nuno Camarneiro, cientista e escritor, em diálogo com os organizadores/moderadores, Gonçalo Furtado e António Oliveira, falou do conceito e da sua apropriação enquanto ferramenta de compreensão do real e simultaneamente mecanismo de criação. Partindo do seu percurso, da sua obra escrita e dos seus autores de referência, abordou as múltiplas aceções do espaço: real, simbólico, imaginário, do jogo de espelhos que sempre se estabelece entre a construção teórica e a experiência individual, social e política do mundo. Neste território comum à literatura e à arquitetura, com as suas interseções e transposições, contrapôs a liberdade ficcional da escrita e o seu potencial antecipador de outras realidades, ou até mesmo o exercício sinestésico de quem lê, aos constrangimentos inerentes à sua objetualização, à projeção do arquiteto, até quando esta permanece idealizada. Falou-se da memória e dos modelos que vão filtrando a nossa perceção do espaço e da forma como este, nas suas diferentes escalas, vai ditando as nossas vidas, sem deixar de referir a recente experiência de confinamento e a globalização do imaginário que marca o nosso tempo”. Fig – sessão 1 No meu entendimento, interessa salientar-se relativamente a este autor, sua abordagem e sua obra, alguns aspectos. i. Biograficamente, como já aludido, Nuno Camarneiro nasceu a 17 Agosto 1977, de pais provenientes de Montemor o velho, sendo irmão de Marco e Rita Camarneiro. Em 2007, formou-se e, engenharia física pela Universidade de Coimbra, e em 2010 doutorou-se em Forneça na área da ciência aplicada ao património cultural. Realizou Posdoc na Universidade de Aveiro, tendo em 2015 passado pelo CERN – organização europeia para pesquisa nuclear. È certo que num seu curriculum vitae constante da plataforma CienciaVitae constam cerca de três dezenas de comunicações científicas (papers e posters). Mas no entanto e não curiosamente, todos os livros ali enumerados são antes de foro literário. Actualmente é investigador e professor convidado em Escola de Artes, da Universidade Católica do Porto. Fig. Nuno Camarneiro, 1990s. (Fotos GF). ii. Focando o conceito de espaço com o ofício do autor, a relação depara-se com uma convivência entre ciência e arte, o que recorda discussões como a dos anos 60s de CPSnow, acerca da distinção entre duas culturas, as humanidades e as ciências, ou entre as artes e ciências sociais e as ciências exactas. O ofício da escrita de Camarneiro ocorre nessa oscilação entre a extrutura/ciência exacta da Física (ainda que numa aplicação ao mundo cultural do património), possuindo latente interesse por uma escrita dirigida à divulgação científica. Simultaneamente desenvolve a artisticidade da escrita literária, interesse nascido da ávida leitura desde tenra idade. No mundo da ciência, o conceito “espaço” remete para as reiteradas tentativas de descrição do mundo. Por exemplo pela mecânica de Newton, bem como posteriormente por Einstein numa escala micro ou macro escala distante do quotidiano do homem. Já do ponto de vista filosófico, de um absoluto em Kant a um rizomático em devir em Deleuze. iii. Em termos de referências literárias, as referências de Camarneiro são variadas. Incluiem autores com proximidade afim área da arquitectura - de Italo Calvino a J Luís Borges – mas poucas pistas nos deixam para além do privilégio pelo género do conto. Se em termos da história da literatura, às grande narrativas e interpretações sociais se sucedeu experiências modernas de um Pessoa ou outros, a pós-modernidade diversificou-se simultaneamente em expressões individuais e independências geográfico-culturais. Curiosamente, para a sessão do ciclo da FIMS, sugerira-se o termo “ficção” em vez de “escrita”. A ficção engoba os espaços, recordando-se a título de mero exemplo, o género da ficção científica desde o entre-guerras, ou a Banda-desenhada academizada no Pratt Institut. Ora, como bem salientou Luís Urbano , também o próprio ofício da arquitectura é em si mesmo ficção. Neste sentido, poder-se-ia ainda recordar a leitura estruturalista e semiótica da realidade. O mundo simbólico, no sentido que Morris atribui ao signo, como “tudo o que está em lugar de outra coisa”. No pequeno livro “O signo”, o romancista e professor de semiótica Umberto Eco, recorre amiúde a referências do mundo da arquitectura, por exemplo quando fala num funcionamento primário e secundário do signo. Já no pós-estruturalismo, toda uma série de questionamentos - como em Foucault “O que é um autor etc” – exponenciaram a sua ideia de “Obra aberta” do predito Eco. Na contemporaneidade, a vivência do hipertexto e do virtual (no sentido dado por Proust de “virtus” como algo em potência), desafia áreas humanas múltiplas, que vão da literatura à arquitectura. iv) – Gostaria de remeter o leitor para a interesse de Camarneiro, como autor, e seu pensamento. Desde logo pela abordagem interessante que deu aos 3 motes lançados a titulo de interpelação no ciclo da FMIS – sobre analogia entre espaço em literatura/arquitectura; a introdução do tempo da existência/experiência, e no que tange à interpretação da própria experiência. Por outro lado, obviamente, pela obra literária, que vem desenvolvendo há mais de uma ´década. Mas vejamos mais perto. Em 2011, Camarneiro publicou o seu primeiro romance - “No meu peito não cabem pássaros” (pela Don Quixote). História em que nos deparamos com homens distanciados no espaço e (se me recordo) no tempo. Um a lavar arranha-céus na metrópole Nova Iorquina, e outro, uma criança que inventa coisas que depois acontecem. Esta ideia de multi-temporalidade, espaços/sonhos, e gerações, é o que sempre vai reincidir na sua obra. Em 2013, publicou - “Debaixo de algum céu” – segundo romance com que venceria o Prémio Leya atribuído por júri presidido por Manuel Alegre. Aqui, temos a vida de vizinhos, por exemplo um velho que inventa o futuro. Mas mais elementos arquitectónicos, neste caso casas, bem como janelas viradas para dentro. Já em 2018, publicaria o seu terceiro romance – “O fogo será a tua casa” – (pela Don Quixote), onde nos remete remete para a escala da viagem e para um contexto do conflito do médio-oriente. Novamente, concebe um espaço concreto, um barracão que alberga o pesadelo do encerramento e o escape do imaginário. Para além de romances, Camarneiro tem publicado contos, em vários livros. Já em 2015, publicara uma compilação de contos em livro intitulado - “Se eu fosse chão” (pela Don Quixote). Narração de várias personagens, e ocorrências num Hotel, per si um equipamento arquitectónico simbolicamente específico. Sendo que, em 2016, contribui com outros 8 autores, para o livro - “Uma terra prometida” -, marcado pelo enfoque no drama dos refugiados. Já no seu blog - “Acordar o dia” -, dedicou-se entre Janeiro de 2009 e Julho 2015, a partilhar micro literatura, nos formatos de poesia e conto, acompanhada de ilustrações do seu irmão Marco. Por último gostaria de salientar a interessante literatura de Camarneiro dirigida a um público infantil. Data logo de 2015 a publicação de “Não acordem os pardais” (com 56 páginas), em que surgem questões. Como “para onde vão os sonhos?”, “onde mora o papão?”; e festas com passarada em pleno sótão da casa. Em 2021, publicou “O que veem as estrelas”(com 32 páginas, pela Minotauro), novamente marcado pelo imaginário fértil da pergunta das crianças. Já em 2022, publicou a “A casa das perguntas” (com 40 páginas pela Minotauro), desta dedicado a um público ainda mais jovem de 6 anos. Novamente surgindo perguntas de crianças, num espaço em que algumas janelas olham para fora e outras para dentro. Enfim, uma metaforização epistemológica da questão exterior/interior com que qualquer arquitecto e habitante se depara no seu mundo arquitectónico. Escrita. Espaços. Pensamentos. Nuno é somente um amigo, e querido. Mas a sua escrita inquestionavelmente é de interesse para um mundo mais amplo, que vai da literatura à arquitectura. Camarneiro, actualmente encontra-se a escrever para teatro, área como sabido cara à arquitectura. O que de resto já acontecera, em 2015, com a publicação de “Ainda hoje era ontem” (pela Don Quixote). Fig – Seleção de obra do autor.

3/20/23

Eduardo abreu - piano jazz

"Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Aveiro 5 d · Instagram · O ciclo Transcontinentalidade versará sobre quatro continentes ao longo de 2023. A exposição sobre o continente Africa cobre países do sul, norte e centro, com fotos da autoria do professor Gonçalo Furtado e do Arquiteto António Oliveira. O ciclo de exposições resulta de parceria entre a Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, Aveiro (EACMCGA), e a Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra. A inauguração da exposição, que decorre entre 17 de março e 14 de abril'23, terá lugar no dia 17 de março'23, às 19.00h, com o recital de abertura, oferecido por Eduardo Abreu, aluno de Piano Jazz da nossa escola". in: facebook EACMSGA

https://sigarra.up.pt/faup/pt/noticias_geral.ver_noticia?p_nr=75942

"Apoio FAUP | Ciclo de conversas | Espaço, Escrita e Pensamento março - junho de 2023, Fundação Marques da Silva Com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, o ciclo 'Espaço, Escrita e Pensamento', organizado pelo professor Gonçalo Furtado e pelo arquitecto António Oliveira, consiste em quatro conversas que pretendem abordar, numa perspetiva multidisciplinar, o conceito de "espaço". Os escritores e filósofos Nuno Camarneiro, Daniel Tércio, José Gil/Ana Godinho Gil e Maria Filomena Molder são convidados a falar sobre o lugar que o conceito ocupa nos seus ofícios de escrita e pensamento, sobre como o espaço é construído pelo homem e, simultaneamente, como nele se constrói. As conversas, moderadas pelos organizadores do Ciclo, iniciam-se às 15h00 e são abertas ao público em geral, que também será convidado a nelas participar. Sinopse: Gonçalo Furtado e António Oliveira, Espaço e pensamento: O espaço que o homem constrói e onde se constrói [pdf]. Programa 18 de março, Sábado | O ESPAÇO DA ESCRITA Nuno Camarneiro Uma história são pessoas num lugar por algum tempo”, assim começa o romance Debaixo de Algum Céu, que escrevi em 2011. Onze anos passados revejo-me ainda na afirmação e dou igual valor às três premissas necessárias para que uma história aconteça: Pessoas, lugares e tempo. O lugar é o palco onde as vozes, as acções e o drama podem acontecer, onde se confrontam e mostram, num diálogo difícil e profícuo entre exterior e interior. Falemos então desses lugares e das múltiplas e complexas geografias da ficção. 29 de abril, Sábado | O ESPAÇO DO MOVIMENTO Daniel Tércio "Partindo do pressuposto de que a dança, tal como a arquitetura, produz espaço, tenciono questionar a qualidade inconstante do espaço dançado. Essa inconstância, que alguns designam por efemeridade, permite perceber como os corpos dos bailarinos passam do desenho de trajetórias entre lugares, para a criação de planos, constituídos por múltiplos pontos, que autorizam mil e um percursos, que se contraem, se expandem e se desdobram em múltiplas possibilidades." 20 de maio, Sábado | O ESPAÇO DO CORPO João Gil e Ana Godinho Gil "Descreve-se fenomenologicamente o espaço do corpo no plano individual do corpo próprio, e no plano colectivo da inscrição social desse espaço. Mostra-se depois o papel do espaço do corpo no conhecimento e na arte (pintura, arquitectura). Termina-se com uma discussão sobre as transformações actuais do espaço do corpo na era do capitalismo digital (Que corpo? Que espaço?)." 17 de junho, Sábado | O ESPAÇO DA IMAGEM Maria Filomena Molder "Para falar do espaço da imagem irei concentrar-me no acto imaginativo e na relação entre imagem e espaço até chegar à imagem que a expressão “espaço da imagem” introduz. Ficar-me-ei por um exemplo que servirá de ponto de partida: quando se fala de interior, a imaginação toma conta da ocorrência e começa o seu inquérito no espaço: o que está dentro, guardado numa gaveta, numa caixa, num contentor qualquer, um lugar enterrado, uma coisa escondida, aquilo que é subterrâneo, aquilo em que nos adentramos, por exemplo, a noite, a floresta, as vagas do mar, a nossa dor". Mais informações: fims.up.pt". (in: https://sigarra.up.pt/faup/pt/noticias_geral.ver_noticia?p_nr=75942)

"Pensar o espaço enquanto ficção, na escrita e na arquitetura: Nuno Camarneiro em conversa com Gonçalo Furtado e António Oliveira"

"Destaques 20 de março de 2023 Pensar o espaço enquanto ficção, na escrita e na arquitetura Nuno Camarneiro em conversa com Gonçalo Furtado e António Oliveira Pensar o "espaço", enquanto campo de trabalho da Arquitetura, a partir de diferentes perspetivas disciplinares, é o fio condutor das quatro conversas que compõem o ciclo Espaço, Escrita e Pensamento. No passado sábado, Nuno Camarneiro, cientista e escritor, em diálogo com os organizadores/moderadores, Gonçalo Furtado e António Oliveira, falou do conceito e da sua apropriação enquanto ferramenta de compreensão do real e simultaneamente mecanismo de criação. Partindo do seu percurso, da sua obra escrita e dos seus autores de referência, abordou as múltiplas aceções do espaço: real, simbólico, imaginário, do jogo de espelhos que sempre se estabelece entre a construção teórica e a experiência individual, social e política do mundo. Neste território comum à literatura e à arquitetura, com as suas interseções e transposições, contrapôs a liberdade ficcional da escrita e o seu potencial antecipador de outras realidades, ou até mesmo o exercício sinestésico de quem lê, aos constrangimentos inerentes à sua objetualização, à projeção do arquiteto, até quando esta permanece idealizada. Falou-se da memória e dos modelos que vão filtrando a nossa perceção do espaço e da forma como este, nas suas diferentes escalas, vai ditando as nossas vidas, sem deixar de referir a recente experiência de confinamento e a globalização do imaginário que marca o nosso tempo". IN:FUNDAÇÃO MARQUES DA SILVA https://www.facebook.com/media/set?vanity=fundacao.marquesdasilva&set=a.213629724592114

3/19/23

Universidade Lusiada de Lisboa . 14.3.2023 14h


 

22 março 2023 _ Lançamento livro

LANÇAMENTO DO LIVRO 

G.Furtado e A.Oliveira, "Àfrica: Natureza e pessoas", Aveiro: EACMCGA, 2023


EACMCG, Aveiro, 2023




3/16/23

Inauguração exposição de Gonçalo Furtado e António Oliveira, EACalousteGulbenkian, Aveiro, 17 março 2023 19.30h.

 Exposição "Transcontinentalidades - Imaginários Urbanos" 

In: Obvia (publicação pendente ca. Março2023)

 

Figueira da Foz #2: Do Esplendor urbano

Gonçalo Furtado

 

A Figueira da Foz, que se tornou cidade em 1882, constituía-se já como uma comunidade tipicamente urbana no início do século. Em grande medida, o desenvolvimento urbano ocorreu intimamente ligado à própria deslocação da centralidade urbana. Isto é, em direcção ao mar, bem como a afirmação de uma vocação citadina virada para o veraneio e para o turismo.

De facto, atente-se ao facto que uma requalificação sequenciada de espaços públicos importantes, ocorreu em direcção à foz. Primeiro, com a Praça do Comércio (na ex-Praça da Reboleira)  e, mais tarde, com o Jardim (na ex-Praia da Fonte). Um processo de urbanização inicia-se com o Bairro do Teatro conquistado ao mar e o Bairro da Estação. Sendo que, o próprio centro da antiga Vila, localizado no Cais para que se viravam as duas referidas praças, fora abalado pela construção de um apelidado “Bairro de Santa Catarina”. Um “bairro novo” que surge no extremo ocidental da cidade, no decurso da década de 70, enquanto resposta ao adquirido estatuto de “Praia da Moda”. Estatuto que conjuntamente com operações no extremo ocidental da cidade, seria responsável pela forte urbanização e impulso especulativo que seria registado na segunda metade do século XIX.

Neste conspecto, gostaria de recordar e remeter o leitor para o ensaio “Grande Hotel da Figueira da Foz: Viajando no tempo” (1997)  de António J. Lé,  bem como para “Figueira da minha infância” (1999) de António dos Santos e Silva. A cidade e o seu bairro transpirariam um ambiente balnear, que Santos e Silva evoca nas suas memórias escritas concernentes aos anos 30/40. Recordando-nos: “O bairro novo, no seu novo riquismo (…) – as ruas em esquadria, alguns prédios com laivos de Art Déco, a produção de hotéis e cafés, o estranho linguajar das espanholas… - compunha uma ambiência mundana e fascinante”. Pelas transversais à Rua da Liberdade, que desciam para a praia sem o ruído dos automóveis,subia a voz rolante das ondas e o cheiro salgado da maresia”. Ao  fundo, no enfiamento da ex-Rua dos Banhos, três rampas laterais posicionadas na esplanada de baixo (actual avenida) davam acesso à desejada praia…

Para além da evolução urbana, o desenvolvimento da vocação turística, constitui aspecto de interesse enquadrante e central. Podemos dizer que a Figueira da Foz começa a tornar-se uma estância balnear por volta de 1860. E, como notavelmente referiu o historiador Rui Cascão, o período entre 1860/80 é adjectivável como “a passagem da estalagem ao hotel”. De facto, entre 1870/90 e o início do século XX, o fluxo de veraneantes aumentou 50%, designadamente de 2 para 3 dezenas de milhares. Sendo que, entre 1870 e 1911, duplicaram os hotéis figueirenses (quatorze).

Por outro lado, foi na década de 1860 que se assistiu ao desenvolvimento da indústria do espetáculo, requerendo a construção de uma variedade de espaços e eventos. Espaços como o Teatro Príncipe Real em 1872, o Teatro Circo Saraiva de Carvalho em 1884 (posteriormente reformulado como Casino em 1900) ou o Coliseu Figueirense inaugurado em 1855. E eventos como a “animatógrafo”, etc em 1896. Tudo, em conjunto, suscitando a ampliação e qualificação das formas de sociabilidade.  

Tal desenvolvimento urbano e turístico, não terá sido também independente da melhoria das acessibilidades. De facto, a década de 1870 foi também a “Era da diligência”, a qual, recorrendo a uma nova estrada, liga a cidade da Figueira da Foz a Coimbra em 5 horas. Pouco depois, apareceu o caminho de ferro. (Recordando-se que em 1882 foi inaugurada a Linha da Beira Alta entre a Figueira e Pampilhosa e, em 1888, a  Linha do Oeste, entre Figueira e Leiria. Sendo que, em 1889, o ramal entre Alfarelos e a Amieira junta a Linha do Oeste à “Linha do Norte”). O Caminho de ferro veio culmina condenando tanto o anterior transporte fluvial como o novo a cavalo. E, a inauguração de variadas linhas férreas, exponenciaram o contacto da cidade com o exterior. Rafael Calado (responsável pelo estudo da azulejaria das Estações de Caminho de Ferro, identificou e salientou-nos precisamente tal azulejaria dever ser vista como o surgimento de um verdadeiro postal turístico. Uma publicidade dos lugares chave do Portugal de então.

3/12/23

Noticias de coimbra _ Trancontinentalidades

 https://www.noticiasdecoimbra.pt/apbc-promove-debate-sobre-realidades-urbanas-de-4-continentes-na-casa-costa-lobo/

Coimbra Sketches, 11 e 18 Março 2023, 10.00h, Espaço Coleco. (Organização G.Furtado e JMLopes)

 Coimbra Sketches, 11 e 18 Março 2023, 10.00h, Espaço Coleco. (Organização G.Furtado e JMLopes)

3/9/23

https://fims.up.pt/index.php?cat=6&lang=1

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ESPAÇO, ESCRITA E PENSAMENTO
Ciclo de conversas
Mar - Jun 2023 / Fundação Marques da Silva

O ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, organizado pelo Professor Gonçalo Furtado e pelo Arquiteto António Oliveira, consiste em quatro conversas que pretendem abordar, numa perspetiva multidisciplinar, o conceito de "espaço". Os escritores e filósofos Nuno Camarneiro, Daniel Tércio, José Gil/Ana Godinho Gil e Maria Filomena Molder responderam ao desafio lançado e, entre março e junho, virão à Fundação Marques da Silva falar sobre o lugar que o conceito ocupa nos seus ofícios de escrita e pensamento, sobre como o espaço é construído pelo homem e, simultaneamente, como nele se constrói. As conversas, moderadas pelos organizadores do Ciclo, são abertas ao público em geral, que também será convidado a nelas participar.

A primeira conversa acontece já no próximo dia 18, com Nuno Camarneiro.
 

Este Ciclo conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
 

+ info aqui

O ESPAÇO DA ESCRITA
conversa com Nuno Camarneiro
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
18 de março, 15h, Fundação Marques da Silva

Nuno Camarneiro é o primeiro convidado do Ciclo "Espaço, Escrita e Pensamento", um conjunto de quatro conversas que pretendem abordar, numa perspetiva multidisciplinar, o conceito de "espaço".

Com O ESPAÇO DA ESCRITA como tema, Nuno Camarneiro define assim o ponto de partida para a conversa: “Uma história são pessoas num lugar por algum tempo”, assim começa o romance "Debaixo de Algum Céu", que escrevi em 2011. Onze anos passados revejo-me ainda na afirmação e dou igual valor às três premissas necessárias para que uma história aconteça: Pessoas, lugares e tempo. O lugar é o palco onde as vozes, as acções e o drama podem acontecer, onde se confrontam e mostram, num diálogo difícil e profícuo entre exterior e interior. Falemos então desses lugares e das múltiplas e complexas geografias da ficção.”

A conversa será moderada por Gonçalo Furtado e António Oliveira, autores e organizadores desta iniciativa que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.

Todas as sessões deste Ciclo decorrem na Fundação Marques da Silva. Com início às 15h, são de acesso livre, apenas condicionadas à lotação do espaço."


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"A revista Arq./a no contexto da arquitectura contemporânea".

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Aula aberta de "Teoria 1".

 

TItulo "A revista Arq./a no contexto da arquitectura contemporânea".

Data: 24 Março 2023, 16.30-18h

Local: Auditório Fenrnado Távora

Prof. Victor Neves (Universidade Lusíada de Lisboa)


VICTOR NEVES

Arquitecto,(ESBAL-1980)

-Doutorado pela ETSAB-UPC- Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona- Univ. -Politécnica de Cataluña.

-Professor Associado na FAA da Universidade Lusíada de Lisboa.

-Director da revista arq/a- revista de arquitectura e arte em dois períodos distintos

-Co-autor da série de 26 programas para televisão ( RTP2)–“Atelier D´Arquitectura”.

- Director/coordenador da revista "Sebentas d´Arquitectura"..

- Autor de vários textos de crítica e teoria de arquitectura, alguns dos quais publicados em livro.

-A partir de 1985 tem desenvolvido a sua actividade como profissional liberal, sendo responsável por vários projectos na área de arquitectura, urbanismo e design. É coordenador do atelier "Victor Neves Arquitectura e Urbanismo, Lda", com sede em Lisboa e fundado em 1984.

-Tem realizado várias conferências sobre temas de arquitectura, ou sobre a sua obra projectada ou construída, em Portugal e no estrangeiro.

 


3/6/23

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA "ÁFRICA" _ Conservatório de Música Calouste Gulbenkian (Aveiro, a partir de 17 de março 2022)

"Transcontinentalidade – Imaginários Urbanos Imaginário 

... ouvimos ao longo da nossa vida que o imaginário só existe na nossa imaginação, que não é real, que é fictício e até fantástico... Quantos momentos imaginários vivemos durante a nossa infância... e continuamos a viver! Mas o imaginário pode ser coletivo e, neste caso, pode tratar-se de um conjunto de valores, e/ou símbolos e/ou conceitos, até tradições, comuns à maioria das pessoas de uma mesma comunidade. Enquanto sociedade vamos criando representações sobre a urbanidade, sobre a sua organização e imaginamos como serão as cidades em cada um dos países e dos continentes. A exposição subjacente a este catálogo é uma mostra das semelhanças e diferenças existentes no continente africano. É evidente o papel da colonização, da cultura e da tradição de cada uma das regiões na construção urbana. Felicito os arquitetos Gonçalo Furtado e António Oliveira pelo olhar que nos trazem sobre o Imaginário Urbano do continente africano, no qual tivemos alguma influência... E convido-vos a, através das suas lentes, levar mais longe a imaginação". 

Carlos Marques

(DIrector do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, Aveiro)

Ciclo "Espaço, escrita e pensamento"

 https://fims.up.pt/index.php?cat=5#Espa_o__escrita_e_pensamento


"O ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, uma iniciativa dos arquitetos Gonçalo Furtado e António Oliveira, consiste em quatro conversas que pretendem abordar, numa perspetiva multidisciplinar, reunindo escritores e filósofos, o conceito de "espaço". Nuno Camarneiro, Daniel Tércio, José Gil/Ana Godinho Gil e Maria Filomena Molder responderam ao desafio lançado por estes dois arquitetos e entre março e junho virão à Fundação Marques da Silva falar sobre o lugar que o conceito ocupa nos seus ofícios de escrita e pensamento, sobre como o espaço é construído pelo homem e, simultaneamente, como nele se constrói. As conversas, moderadas pelos organizadore do Ciclo, são abertas ao público em geral, que também será convidado a nelas participar".


ESPAÇO E PENSAMENTO: O ESPAÇO QUE O HOMEM CONTRÓI E ONDE SE CONSTRÓI

Gonçalo Furtado

“Este encontro centra-se no “espaço” enquanto tema de trabalho do arquitecto e de reflexão de outros ofícios. Nele se pretende promover uma reflexão multidisciplinar operada em duas secções: o pensamento no espaço e o espaço no pensamento. Como é sabido, a arquitectura por excelência maneja espaço físico, primeiro antecipando-o mediante pensamento projectual, e depois representando construtivamente entendimentos e significados, que são apreendidos pela temporalidade da experiência. A arquitectura é espaço adjectivado e qualquer acto arquitectónico implica empreender pensamento sobre o espaço. Por outro lado, pensamento é um processo desenvolvido no tempo e que compreende os seus próprios espaços, podendo o espaço potencialmente apresentar-se-lhe como um conceito/metáfora, rico e motriz. O espaço no pensamento, permite melhor compreender o que é ser-humano: o homem que o constrói e onde se constrói. Espaço e pensamento são também experiência e existência. O espaço é experiência e consumação do pensamento e o pensamento é a consumação e construção no tempo. Ambos, espaço arquitectónico e pensamento, são coexistência e superação, processo de tradição e modernidade, de presente e suas superações. Por isso, a Arquitectura frequentemente estrutura novos espaços de pensamento e a novos pensamentos, habitualmente, correspondem novas ideias de espaço. Arquitectura e pensamento podem compreender-se como sequência, uma sucessão de compreensão de espaços. A Arquitectura, enquanto sequências de espaços, limita e, simultaneamente, abre a experiência humana. Se a experiência do espaço é pensamento no tempo, como poderá o espaço oferecer uma bússola ao pensamento no tempo? Este encontro pretende reflectir sobre o espaço que o homem constrói e onde se constrói.

3/4/23

Gonçalo Furtado, Planeamento...; in: Andrè Lemos, "Ciberurbe", Salvador da Bahia, 2004, p.

Gonçalo Furtado, Planeamento...; in: Andrè Lemos, "Ciberurbe", Salvador da Bahia, 2004, p.


https://books.google.com/books/about/Ciberurbe.html?hl=pt-PT&id=H9_w6BUx3ncC#v=onepage&q=gon%C3%A7alo%20furtado&f=false 

"Ciclo 'Transcontinentalidade' da APBC promete debater Coimbra" (in: O Campeão)

 

"Ciclo 'Transcontinentalidade' da APBC promete debater Coimbra

22 de Fevereiro 2023O primeiro encontro do ciclo “Transcontinentalidade”, promovido pela Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC), decorre no sábado, 25, na Casa Costa Lobo, pelas 16h00, para abordar a cidade a partir de uma óptica multidisciplinar.

No evento estarão presentes Assunção Ataíde, Gonçalo Furtado, José António Bandeirinha, Marina Montezuma Vaquinhas, Regina Pinto e Rosa Ferreira. Pelas 18h00, será inaugurada a exposição de fotografias, de autoria de Gonçalo Furtado “Europa 1.1 Portugal Coimbra 2011_2021”, no espaço recentemente requalificado da Taberna da Ti Ermelinda.

Esta iniciativa da APBC, com a colaboração de Furtado, decorre ao longo de 2023, e quer “fomentar a reflexão, o debate, o estabelecimento de paralelismos e a troca de ideias em torno dos imaginários e realidades urbanas de quatro continentes – Europa, América, África e Ásia”, afirmou a APBC."


in. O Campeão, Coimbra, 22 Fev 2023 

Coimbra Coolectiva | «Transcontinentalidade – Coimbra num Debate Multidisciplinar»

 Coimbra Coolectiva | «Transcontinentalidade – Coimbra num Debate Multidisciplinar»