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Escola do Porto: Noas dispersas _ III (por Gonçalo Furtado)

2.2 - Sobre Alexandre Alves Costa (Director da Escola do Porto entre 1988 e 1996) / “Alves Costa, tão só Escola do Porto: “Nem historiador nem crítico, escrevo porque me apetece”[1]. (Verão resumida). Gonçalo do Porto, Escola do Porto, 25 de Abril de 2020. / “Nem historiador nem crítico, escrevo porque me apetece…”2 . A frase é do professor Alexandre Alves Costa. Impressiona porque, sem ter tido outro propósito do que o prazer da escrita, aquilo que escreveu no domínio da teoria crítica se confunde com o próprio percurso de consolidação e internacionalização da escola do Porto, e o que escreveu no domínio da história aportou por si uma outra história da arquitectura portuguesa. Ao longo do presente texto percorreremos parte da sua obra e escritos cuja leitura recomendamos aos estudantes./ i. Alexandre Vieira Pinto Alves Costa, nasceu no Porto a 2 de Fevereiro de 1939. Período marcado internacionalmente pela segunda Guerra Mundial e, nacionalmente, pelo regime fascista do Estado novo. Em vários momentos, que incluem por exemplo o seu concurso para professor associado, Alves Costa recordou-nos legados específicos que fizeram a escola do Porto, e que denomina por “cadeia de afinidades”: Marques da Silva, o ensino Beaux-arts e a Reforma de 1931; Carlos Ramos, o ensino Moderno e a Reforma de 1957; Fernando Távora e as experiências que vão de 1969, ao SAAL (1974-76) e às “Bases gerais”. Ou seja, todo um património que antecede a FAUP que actualmente completa o seu 40º aniversário./ Comecemos por atender que é em final dos anos 50, que Alves Costa atinge a maioridade, a idade dos alunos presentes, e está na ESBAP como estudante na primeira metade dos anos 60. Carlos Ramos sai da Escola do Porto em 1962; sem antes ter deixado de assegurar a integração de um grupo de protagonistas, como Távora ou Felgueiras. No que tange ao então jovem Alexandre Alves Costa, este inscrevera-se aos 22 anos no Partido Comunista, e vive com intensidade o desejo do direito ao associativismo estudantil, chegando em 1962 a integrar, com 23 anos, o “I Secretariado Nacional de Estudantes”./ Como resumido pela Universidade do Porto: “Nos anos sessenta, para além de se ocupar com a formação em arquitectura, envolveu-se activamente no combate político à ditadura fascista. Tornou-se membro do Partido Comunista Português (1961-1968), tendo sido preso três vezes pela PIDE. Em 1962, integrou o I Secretariado Nacional de Estudantes com Jorge Sampaio e António Taborda”.3 Na Escola, o seu envolvimento, remete para Boletim ESBAP e outros momentos de coragem e empenhamento social. O seu diploma na Escola Superior de Belas Artes do Porto, ocorreu em meados da década, designadamente em 1966, aos 27 anos./ Logo após a formação, Alves Costa rumou a Lisboa para estagiar no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, numa altura em que pouca investigação “científica” se fazia em arquitectura no nosso país, desenvolvendo trabalho no ‘Núcleo de Pesquisa de Arquitectura, Habitação e Urbanismo’ por Portas montado em 1962. 4 Em 1968, aos 29 anos, à semelhança do que aconteceu com muitos intelectuais europeus, Alves Costa retira-se do PC e, só em 1972 reingressaria na escola do Porto, já como docente./ Entretanto, na escola do Porto, o desfasamento da Reforma de 1957 entre outras circunstâncias, promoveram na década de 60 para a 70, o que ficou conhecido por “experiências de 1969/71” de autogestão, reforçando o enfoque humanista e de empenhamento político-social. Uma entrevista à revista “Arquitectura” em 19715 , regista o protagonismo que Távora adquirira na Escola bem como o contexto que então se vivenciava. Como aí denotado, após um período inicial “sem problemas” e com um “grupo muito interessante de professores, tudo gente bastante nova” em torno de Carlos Ramos, emergiram “sintomas de crise” no corpo docente simultaneamente à consciencialização por parte dos estudantes “de novos problemas, novas exigências”, originando “uma situação que muitos classificam como anárquica.”6 De facto, em finais dos anos 60, “a Escola trabalhara em regime experimental, regido por uma comissão coordenadora”, composta por si “mais dois professores - um dos quais abandonou a comissão, por discordância - e ainda três alunos”, qualificando a proposta produzida como “muito interessante, do ponto de vista pedagógico”, ainda que a sua não-aceitação superiormente tenha provocado que, em 1970/71, tivesse havido “apenas três meses de aulas: Maio, Junho e Julho, embora se tivesse considerado o ano lectivo até fins de Outubro.”[7] Rematando que as escolas “devem contribuir para a construção do futuro”. [8] / No que concerne a Alexandre Alves Costa, este exercia profissão liberal desde 1970 e, como referido, reingressou na escola como docente em 1972. Os tempos continuaram a ser de luta, e a vida deste protagonista ao longo deste período confunde-se, novamente, com a da própria escola do Porto. A escola não só tinha a PIDE permanentemente à porta, como lhe foi chegou imposto superiormente um Director reaccionário (escultor Joaquim Machado), só demitido com a revolução, tendo Távora sempre se mantido, no seio Conselho escolar, mais ao lado daqueles que estavam mais empenhados sócio-politicamente./ Em Lisboa, já após a revolução democrática, Nuno Portas assumiu o cargo de secretário de estado da habitação9 , e implementou um programa para a habitação que incluso admitia a autoconstrução e ficou conhecido como SAAL - o “Serviço de Apoio Ambulatório Local” (1974- 76). Interessa sinteticamente referir que, à urgência interventiva reclamada pelo SAAL, respondeu a escola com equipes técnicas constituídas por docentes e alunos, envolvendo-se interventivamente com a cidade e a população. Não é de desmerecer que este envolvimento, tenha sido inspirado por anteriores experiências, como a da equipa do “Inquérito” coordenada por Távora (ca.1955-56), o apelo à “Função social do arquitecto” ou as buscas de realidade encetadas na “Arquitectura analítica” leccionada por Lixa Felgueiras. Mas destaca-se ter sido Alexandre Alves Costa quem precisamente assumiu, com 35 anos, a coordenação no SAAL Norte (“Sector de Planeamento e Apoio ao Projecto” da “Comissão Coordenadora do SAAL/Norte”). O SAAL constituiu experiência única e significativa, que após uma transitória experiência “recusa do desenho” - cujo papel muitos como Távora nunca haviam chegado a abandonar - voltou a aglutinar a escola. [10]/ Com a revolução, no que tange ao Ensino no Porto, foram também delineadas pospostas de “Bases gerais para a estruturação do curso de Arquitectura da ESBAP”. Designadamente por uma lista “Cinzenta” (1974) [11] e por uma lista “Amarela” (Janeiro 1975) [12], a segunda das quais vingaria. Sendo que foram ainda organizados 3 ciclos de reflexão, versando respectivamente a área da história, do projecto e do desenho. De 1977, data uma “Proposta de estruturação do Plano de estudos do curso de arquitectura”, que opera a reformulação dos ciclos com integração de estágio no 6º ano.[13] Entre 1974-80, fruto das reflexões provenientes de Encontros do Curso de Arquitectura, estabiliza-se o Plano de estudos.[14]/ Relativamente ao este período, Pedro Bandeira referiu-se em investigação premiada - a que pelo menos em parte se lhe opõe ao doutoramento de Raquel Paulino do mesmo ano “O Ensino da Arquitectura na Escola do Porto: ESBAP-FAUP: Construção de um Projecto Pedagógico entre 1969 e 1984” (2014) [15] -, a um alegado “Lado B” da escola./ Retomando a narrativa, interessa salientar que, na década que sucedeu à revolução de 1974, Alves Costa foi, protagonista central para o reconhecimento internacional da arquitectura do Porto e portuguesa. Tal reconhecimento remota aos anos 70 e, em grande medida, está como sabido associado ao SAAL e Siza Vieira, como denotam publicações especificas em revistas internacionais. Cumprindo em particular destacar ainda o facto de, logo em 1977, conjuntamente com Siza Viera e Portas, Alves Costa ter encetado o que ficou conhecido como périplo pelas Universidades italianas, despoletando exposições e palestras em muitas cidades e universidades, projectando a nossa arquitectura além fronteiras. / Pouco depois, sucederam-se os anos de criação da FAUP (1979-84) [16] , em que, uma vez mais Alves Costa foi protagonista central. Integrando a comissão instaladora da FAUP, presidida por Távora e que incluía ainda Joaquim Sampaio, José Oliveira, Domingos Tavares e Maria Silva. / Em 1980, Alexandre Alves Costa publica as provas para professor agregado que apresentara em 1979, com o delicioso título “Dissertação (…) que também se poderia chamar Memórias do cárceres desastres de Sofia ou memórias de um burro”, as quais são conhecidas - para além do conteúdo - pelo seu título e intercalar de capítulos contendo sequências de múltiplas referências, que expressam o privilégio de uma cultura arquitectónica ampla que já Távora empunhava. [17] A aula sorteada teve lugar em Janeiro de 1980, e encontra-se publicada em livro posterior do autor de 1995. Mas as provas propriamente ditas surgiram publicadas pela ESBAP logo em 1982 (2ª edição), com capa contendo desenho do próprio autor, grafismo de Luísa Brandão, e prefácio de Álvaro Leite Siza Vieira. Siza Vieira referiu-se no predito prefácio, nos seguintes termos: “Escrevemos pouco, os arquitectos professores da ESBAP (…) e menos os outros da cidade”, terminado “investamos a colunas de Sunion e tu?”. [18] / Os textos incluem uma breve consideração metodológica (p.11); seguido pelo intercalar de sequências organizada de citações de outros autores por Alves Costa [19], e quatro textos com redacção integral por si. Sendo que todos estes textos remetiam para a precedente história da FAUP, iniciando-se com expressões explícitas. Senão vejamos, um primeiro texto refere-se a um período precedente (p.21-29) - “Tudo há que refazer, a começar pelo princípio” - ; um segundo texto refere-se ao período que procede a reforma de 1957 (p.45-56) - “Saiu a reforma, já requentada a esperança pela demora. Ainda que pouco e trabalhosamente seguem-se dez anos de debate arquitectónico” -; um terceiro texto (p.79-90) refere - “A escola de arquitectura e o atelier de vão de escada constituíram-se em lugar privilegiado do debate arquitectónico, ainda que pouco e trabalhosamente” -; e um quarto texto (p.107-118), inicia-se com expressão de Siza: “Aqui declaro que associo a imagem caluniada do Curso de Arquitectura do Porto à imagem caluniada do 25 de Abril, e que reservo os momentos públicos de autocritica para depois de outras tarefas mais urgentes. A passividade ou falta de convicção só poderia conduzir a um ensino inspirado numa provinciana caricatura da tecnocracia.” [20] / Em texto intitulado “Considerações sobre o ensino da arquitectura” (ca.1980), Alves Costa reconhece: “Desde a luta contra a Reforma de 57 que me vejo, como estudante e como docente da escola, activo interveniente na criação de plataformas pedagógicas para o ensino da arquitectura que foram definindo aquilo a que veio a chamar-se escola do Porto. Sabemos que a criação de uma pedagogia na nossa escola esteve ligada de maneira profunda às vicissitudes de evolução da sociedade portuguesa, às do exercício da profissão, bem como de particulares conjunturas internas que permitiram que ou favoreceram certas formulações teóricas e/ou certas práticas pedagógicas”. [21] / Por outro lado, salienta-se que a predita comissão instaladora da FAUP, que Alves Costa integrou, segundo Domingos Tavares [25] , coincidiu com uma comissão de acompanhamento específico ao programa e projecto do edifício (até 1988) encomendado a Siza Vieira para o pólo 3 da UP (Campo Alegre). Ora, neste conspecto, interessa salientar o facto de tais projectos - tanto a 1ª fase do Pavilhão Carlos Ramos como o Edifício da FAUP - constituírem per si também espacializações de um projecto pedagógico e de “Escola” para o Porto. Em Outubro de 1987 tem lugar a inauguração do pavilhão Carlos Ramos, construído entre 1985/86 para responder a necessidade de espaço que complementasse a casa cor-de-rosa e as cocheiras. No discurso inaugural por Alves Costa, registado na revista “Arquitectura Portugueza” de 1987, este alude à relação passado-futuro da escola bem como à oposição Porto-Lisboa: “(…) A complexidade do novo pavilhão confere-lhe a duplicidade mágica de ser essencial na consolidação do existente que, simultaneamente, torna dependente na construção da sua autonomia (…) Assim tão preso ao presente com ao futuro, o pavilhão de ambos decorrente, é ele próprio objecto solitário, numa implantação que parece só dele e do seu conteúdo depender. Na multiplicidade dos seus significados, a arquitectura de Siza, unifica e consolida, conforma-se, rompe e dinamiza, desprendendo-se como que tudo justificando (…). E em Lisboa, que se passará em Lisboa?” [26]. / No mesmo ano, outro evento construtor de identidade pós-SAAL, na recém-divorciada FAUP (1979-84), consistiu numa exposição sobre o património e desenho da escola do Porto. A exposição intitulou-se explicitamente “Desenho de arquitectura: Património da ESBAP e da FAUP” (1987), segundo Távora: Reunia “(…) documentado (…) a actividade de discípulos e docentes daquela escola desde as suas origens na até ao final dos anos 50.” [27] / Alves Costa contribuiu, escrevendo sobre Mário Bonito, como fez praticamente todo o corpo docente então aglutinado à volta deste evento; [28] “na elaboração do referido catálogo, no sector dedicado à Arquitectura colaboraram quase todos os docentes da FAUP com textos (…). Sobre os autores dos trabalhos expostos (…).” [29] / Por outro lado, ainda no mesmo ano, o próprio Távora promove no seio da FAUP uma revista intitulada “Ra” com vista a acolher e despoletar mais investigação/teorização. Para essa, novamente muito docentes contribuíram, incluindo Manuel Mendes [30] e Alves Costa, sendo que a própria escrita proveniente a escola já se ampliara para amplas plataformas. No que tange a Alves Costa, publica na Opus incertum (1987), e amplia as suas “Considerações sobre o ensino da Arquitectura” a publicação no Jornal dos Arquitectos (1987). [31] E, no mesmo ano, deslocando-se à capital do país, coordena em Lisboa uma sessão intitulada “Arquitectos do Porto: Últimas obras/últimos projectos” no âmbito do colóquio “Arquitectura e cidade: Propostas recentes” (1987). Segundo Carlos Machado: “foi um momento importante no debate da arquitectura portuguesa (ou em Portugal), um debate que na altura estava muito centrado (ainda) na alternativa moderno/pós-moderno”. [32] / Sendo o evento descrito por Alves Costa, em livro de 2007, nos seguintes termos: “Decidi ocupar uma primeira sessão ao fim da tarde, com uma perspectiva geral sobre o Porto e a chamada Escola do Porto, e convidar para a noite os arquitectos Álvaro Siza Vieira, Alcino Soutinho, Eduardo Souto de Moura, António Gradim e Carlos Machado apresentarem a sua ultima obra e o seu último projecto”. [33] / A reputação da escola do Porto, constata-se também pelo facto de, após uma experiência curta de funcionamento de uma unidade pedagógica da FAUP em Viseu (1987-88) [34] - onde penso que estudaram colegas como o actual presidente João Pedro Xavier ou Nuno Lacerda - ter sido convidada a instalar o curso público de arquitectura da Universidade de Coimbra (equidistante entre Lisboa-Porto), afrontando a massificação do interesse pela arquitectura e uma eminente explosão do ensino privado. Esta comissão do Porto, de 1988, incluía sobretudo Fernando Távora, Alexandre Alves Costa e Domingos Tavares, os quais sobressaiam com a sua presença. [35] / Findas comissões de instalação/acompanhamento na FAUP, em 1988 (com a integração do curso na Faculdade), é Alexandre Alves Costa quem assume a presidência da “escola do Porto”. Alves Costa terá ao seu lado até 1994, como vice-presidente do Conselho Directivo, o seu colega e sócio do Atelier 15, Sergio Fernandez. Internamente, Alves Costa não deixa de usar como barómetro o diálogo os estudantes do departamento “desilusão” da recém fundada AEFAUP, concedendo entrevista para o primeiro número da sua revista Unidade (1988). [36] Já em Lisboa, o resultado estava próximo de resolver-se, e terminaria (como refere o meu a colega Carlos Machado que, com 33 anos representou a nova geração no evento Lisboeta de 1987) com o resultado de “10 a 0”. [37] Carlos Machado recorda que o debate de então, pela sua complexidade, não é apreensível pela ideia de “escola do Porto” ou oposições “Porto/Lisboa”: “’Escola do Porto’ não existe, só existe para os que olham "de fora", para nós só existe arquitectura (...). Que nós ganhámos esse debate eu não tenho dúvidas, basta ver o que aconteceu a seguir, mas não é um confronto Porto/Lisboa, ou não é só (...) também havia pós-modernos no Porto, menos e não tão bem organizados... Que nós ganhámos esse debate eu não tenho dúvidas, basta ver o que aconteceu a seguir, mas não é um confronto Porto/Lisboa, ou não é só (...) também havia pósmodernos no Porto, menos e não tão bem organizados (...)”. [38] / Com o fim da década, em 1989, Alves Costa já como director, prosseguirá com comunicações orgulhosas e explicitamente intituladas, designadamente sobre “Identidade e diferença no Ensino da arquitectura”, que apresenta em pleno Vº Congresso da Associação dos Arquitectos Portugueses. / Em conjunto com um restrito número de críticos, de onde salientaria o seu cunhado Manuel Mendes, com conhecimento do “historial” e “ensino da arquitectura” da escola do Porto, continua a especificar a discursividade e especificidade arquitectónica que fora lhe ficando característica. Em 1989, no número 2 da revista “Architécti” - cujo corpo editorial inicial Alves Costa integrou - Manuel Mendes refere: “no ‘Porto’ o projecto indicia tendência homogeneizante do sistema criativo-resultado ponderado, consentido ou manipulado no uso das técnicas de modelação da forma e do espaço, resultando que faz do desenho o suporte da continuidade da sua própria recriação”. [39] / Mendes assume posições claramente vincadas, como fica claro em texto de Toussaint no número 7 referindo que este acentuava distinções: “uma ‘boa’ e outra ‘má’, e esta [última] coincidiu com os arquitectos da capital ou com um dos seus núcleos, enquanto a outra aproximando-se da chamada Escola do Porto.” [40] / Já em posterior número 5, Alves Costa, faz referência a vários conceitos caros ao discurso da Escola: a história, o projecto e o lugar/contexto. Neste conspecto, defende uma história aberta ao presente: Uma “ideia de história sem a priori de evitar a ruptura, no sentido de uma apropriação produtiva para a construção da contemporaneidade”. [41] Defende o projecto como proposição de um novo em continuidade: “O novo não é projectado para se opor, provocando leituras ostensivas de ambos, mas sim para dar continuidade, para aproveitar, como que por economia de meios compensada pela qualidade dos materiais e do desenho dos detalhes.” [42] / E defende a ideia de lugar, como algo em construção conceptual/física: A “construção do sítio, nunca tratado como cenário para um novo objecto é, no limite, a sua própria dissimulação. Encontrá-lo e penetrá-lo [o sítio/lugar] é recuperar o deslumbramento do tesouro”. [43] / Em termos de ensino na escola do Porto nos anos 90, esta continuou como já referido, presidida por Alexandre Alves Costa na primeira metade da década de 90 (1988-94?). Em termos de planos de estudos ocorreram as “alterações” 0/90 e 0/98. Em 1991/92 foi incluído estágio profissionalizante no 5º ano, dedicando-se o 6º ano para o enfoque urbano, tendo ainda se incluído disciplinas opcionais (como desenho assistido por computador CAAD).[44] Em 1993 tem conclusão o edifício da FAUP (construção entre 1985-93) [45], o qual constitui como já referido expressão espacial do seu propósito pedagógico de uma escola de “atelier” e não de massas. / Entre 1994 e 1998, protagonizaria na escola um novo director - Manuel Correia Fernandes. Em 1994, ocorreu uma adaptação do plano estudos de licenciatura, que incluiu estágio de 6 meses bem como “prova final”46; sendo que em 1995 ocorreram ainda umas “Jornadas Pedagógicas”. Ao longo deste período constatar-se-ia tanto o aumento de cursos privados como de profissionais, reclamando o associativismo a obrigatoriedade de “estágio”. [47] Alves Costa em 1997, foi conjuntamente com outros novamente reesposáveis por asseguração a geração de outro filho da escola do Porto, com a instalação do curso público da Universidade do Minho. A partir de 1998, seria Domingos Tavares quem viria a protagonizar como director da escola, o que bem fez até 2006. Francisco Barata que, recentemente nos deixou, com saudade, sucederlhe-ia. / Mas retomando o percurso de Alexandre Alves Costa, em 1990-91 este integrou concurso para professor associado da FAUP, explicitamente terminando o manuscrito com “5 Finalmente a História da arquitectura portuguesa” (p.253-271). No mesmo ano em que é atribuído o Pritzker a Siza Viera (1992), Alves Costa continua-se a ocupar da construção do edifício da FAUP que finalizaria em 1993. Obra que Alves Costa promove, publicando a “Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto” no catálogo da “V Mostra Internazionale di Architettura”. [48] Por outro lado, continua a dialogar com os alunos, contribuído por exemplo para o terceiro número da revista Unidade, desta com o texto sobre o ensino da arquitectura intitulado “Sem ordem nem coerência” (1993). / Em 1994, Alves Costa apresenta provas de “agregação”; sendo que a aula teve lugar em Novembro de 1994 - aula que como outros colegas, tive o privilégio de assistir - com o título “Introdução ao estudo da História da Arquitectura Portuguesa: Outros textos sobre Arquitectura portuguesa”. Alves Costa referiu-se a esta nos seguintes termos: “(… ) gostava que esta lição fosse um momento de partilha, com outros da emoção de, entre ruinas, redescobrir o nosso país, seguindo alguns dos mesmos passos que o palmilhei de lés a lés, até ao Norte de África, Angola ou Brasil, no momento em que Portugal se religa á Europa e quando, como no século XIX, alguns portugueses pões em causa, a sua imagem de povo com vocação autónoma, tanto do ponto de vista político como cultural (…)”. [49] / Não por acaso Alves Costa foi um importante pilar do “Bloco de Esquerda”. E, curiosamente, a aula fora estruturada por Alves Costa com base numa comunicação que apresentara, em coautoria com Fernando Távora, no “1º Congresso do património Luso construído no mundo” de 1987. [50] / As provas de Alves Costa foram publicadas logo em 1995 - já pela “FAUPublicações” dirigida editorialmente por Manuel Mendes - na série de “Seis Lições”, que incluiu ainda as provas também de Jacinto Alves Costa, Domingos Tavares, Manuel Correia Fernandes, Alberto Carneiro e Joaquim Vieira. O livro de Alves Costa inclui uma primeira parte que compreende - um intróito sobre as “Razões” (p.15-19); a aula intitulada “introdução ao estudo da história…” em si (p.20-49) e uma nota acerca da “Bibliografia” (p.50-51). Já numa segunda parte, partilha três “Outros textos sobre Arquitectura portuguesa”; incluindo a sua lição de Janeiro de 1980 [51]; texto coincidente com a inauguração do pavilhão Carlos Ramos em 1987 [52]; e um texto aglutinando reflexões escritas no inícios dos anos 90.[53] O marcante texto de Alves Costa, voltaria a ser publicado em 2007. [54] / A alteração para o século XX; continuou a aportar transformações culturais com impacto na disciplina, uma sociedade global, suportada pelas telecomunicações e mobilidade ampliadora das geografias do nosso quotidiano, bem como uma imediaticidade de referências promovida por exemplo pelo programa Erasmus. Uma nova realidade a ser abordada teoricamente. Neste conspecto, relativamente relação teoria-prática, Alves Costa mantem o alerta para a sua indissociabilidade na produção da arquitectura (2003): “Pessoalmente, não vejo qualquer contradição entre o exercício prático e a conceptualização teórica, antes os sinto indissociáveis para a produção de uma arquitectura, digamos, erudita.” [55] / No seguinte ano de 2004, Alves Costa escreve para o Jornal dos Arquitectos - cujo corpo editorial penso que integrava com o Manuel Graça Dias - texto sob o título “Os modernos são geralmente melhores que os antigos” (2004), constatando a precariedade e efemeridade que começar a marcar a condição contemporânea: “(…) a cruzar a herança do Moderno, e a sua pretensão predem-se com a precariedade dos nossos dias: na tensão de uma cultura da temporalidade contra uma cultura do efémero (…) porque está tudo em aberto para a arquitectura portuguesa”. [56] / Em 2005, a "Candidatura ao Prémio Jean Tschumi" (2005) serve de pretexto a compilação de um conjunto do seu relevante património escrito. E, em 2007, foi publicado o livro com “Textos datados” de Alves Costa, que teve lançamento na FAUP em Novembro - onde novamente tive o privilégio de assistir, guardando com carinho um exemplar onde me deixou dedicatória co expressão de amizade. Alves Costa referiu-se sem apego a estes relevantes textos nos seguintes termos: “Sinto que através deste livro, posso documentar uma das muitas formas de ser arquitecto. … é de tempos datados que falarei”. [57] / O livro publicado pelo Departamento de Arquitectura da FCTUC contem na capa desenho do próprio; uma Introdução (p.11-19), e um conjunto de textos estruturados em 4 partes dedicadas á “Arquitectura Portuguesa”, Cidade”, “Arquitectos”, “Obras”; “Cidades”; e “Porto, Escola do Porto, Ensino”. Gostaria de destacar alguns textos já aludidos, como os incluídos na primeira parte “- “Algumas hipóteses para uma caracterização da arquitectura portuguesa e do interesse da sua relação com o património construído no mundo” (1987) “O elogio da Loucura 1974-76” sobre o SAAL (2004) [58] ou sobre um número sobre a nova “geração x” (2004). [59] - Já a ultima parte, foca-se no ensino e “Escola do Porto”, de onde destaco o texto ”Considerações sobre o ensino da arquitectura” (ca.1980?), “Arquitecturas do Porto” (1987), “Sem ordem não coerência” (1992). Na FAUP, em 2008, quando é lançado a 3ª páginas Brancas pela AEFAUP [60], Alves Costa contribui como participante em mesa de debate a 19 de Janeiro intitulada “'Páginas Brancas 2008 e a Escola do Porto: Crítica pedagógica”, com Filipa Guerreiro, Camilo Rebelo, Manuel Reis, Jorge Hall e Nuno Grandena qualidade de moderador. Seguiu-se, a 22 de Janeiro, a mesa “'Páginas Brancas 2008 e a Escola do Porto: Prática disciplinar” com Francisco Barata, Gonçalo Furtado, Álvaro Domingues, Jaime Eusébio e Pedro Gadanho na qualidade de moderador. Em termos do ensino geral, este ano de 2008 marcou a adaptação a Bolonha, tendo estruturado os seus planos de estudos em três ciclos (incl. licenciatura cumprindo 180 créditos após 3 anos, seguido do mestrado integrado/mestrado requerido para a prática profissional neste país). Alves Costa, conjuntamente com Domingos Tavares e José Miguel e Rui Ramos, gera o 3º ciclo da FAUP (Programa Doutoral em Arquitectura) de que iria ser director ao mesmo tempo que presidia cientificamente a escola. Em 2009, a Universidade do Porto tornou-se numa instituição de ensino público de cariz fundacional. [61] Salientando-se que a nossa “UP” que consiste hoje numa comunidade com cerca de 30 000 estudantes e 2000 professores. O professor Alves Costa, jubilou-se em 2010, dando uma “última” aula intitulada …”, que não obviamente não foi a última porque a título gracioso e voluntário continuou sempre a contribuir com a sua presença na pós-graduação da escola até hoje. Em Janeiro de 2011 foi realizada no Museu da FAUP a exposição "Alexandre Alves Costa: A Viagem: À memória de Fernando Távora". / Na década iniciada em 2010, Eduardo Souto de Moura, tornou-se no segundo prémio “Pritzker” português [62], fazendo da escola do Porto, provavelmente, a única escola no mundo com dois “Pritzkers”. Alves Costa esclarecera já nos idos 1990 que, para Eduardo Souto de Moura: “o novo não é projectado para se opor, provocando leituras ostensivas de ambos, mas sim para dar continuidade, como que por economia de meios compensada pela qualidade dos materiais e do desenho de detalhe”. [63] / Em termos de ensino, o “Mestrado integrado em Arquitectura” persistiu até 2011-12. O programa gerado por Alves Costa para a graduação, que constitui um legado da escola do Porto, é reproduzido pela sua assistente Marta Oliveira. Continua a leccionar a cadeira de projecto de tese do PDA até hoje. / Mais recentemente, em 2016, Alexandre Alves Costa, em certa medida, referiu-se ao caos e à capacidade que o arquitecto entre os homens tem de intervir na organização deste nosso espaço e território instável. / “A questão é que o caos, a que o homem se quis subtrair, se alargou, paradoxalmente, ao caos artificial que é a cidade.” [64] / Alves Costa, sempre olhou a Arquitectura e sua historicidade de forma prospectiva. A sua obra escrita e projectada ao longo de mais de cinco décadas dá-nos segurança. A sua vida é uma vida de entrega, arquitectónica e politicamente, à escola, à cidade e ao público. Nos anos 60, lutou pelo direito dos estudantes, nos anos 70 lutou por “Bases gerais” na escola e por habitação no “SAAL-Norte” (1974-76), nos anos 80 esteve na instalou da FAUP (1979-1984), no acompanhamento para as suas instalações (até 1988), nos anos 90 na presidência da escola pré-Bolonha (1988-1994?), e nos 2000 na criação do PDA. Paralelamente empenhou-se ainda na salvaguarda do ensino publico de arquitectura, com criação de outros filhos da escola do porto. E escreveu, escreveu quando lhe apeteceu, contribuindo para a internacionalização da Escola do Porto e reinventando a História da Arquitectura Portuguesa dos arquitectos. / O seu mais recente livro - "Centralidade do Real: onze arquitetos, onze textos, onze projetos improváveis”foi lançado na FAUP em 2019, a que uma vez mais tive como outros colegas o privilégio de assistir [65]. / “Na construção deste livro, não foi desejado, embora exista, qualquer sentimento nostálgico. Não negamos a saudade como manifestação ou testemunho do nosso passado, sem a sentirmos significando constância do amor ausente, como na poesia galega, nem como em Pascoais, quando a interpreta como fundação do renascimento pátrio, embora usemos, sem querer, uma e outra. / Pensamos que, sem a permanente presença destes e outros “contrários”, não poderíamos ou não nos permitiríamos possuir grãos de paixão, convicção e compromisso, com dilemas morais profundos onde a ética não atue, apenas, como a priori formal, adensando a estrutura da obra, mas a perpasse toda, constituindo condição de reconhecimento do real e figuração artística da sua exterioridade social. / Por isso a centralidade do real, como lugar contemporâneo, implica, hoje, contaminação, ausência de unidade, simultaneidade do sim e do não, sobreposição de camadas contraditórias, permanente, alargada e dispersa aquisição cultural, fora da disciplina. Só assim resistiremos, limpos, a atravessar o deserto povoado, do complexo mundo em que vivemos, com perplexidades, mas sem falsos ou elementares moralismos, ou sem a usura do desenho da marca que melhor vende, tentando imitar as que já venceram”. (Alexandre Alves Costa). / No presente ano 2020, Alexandre Alves Costa, no meio de um mundo e momento indubitavelmente caótico, tem a generosidade de tentar arranjar condições para nos vir dar mais uma aula. Deixa-nos sem palavras. / Referências: 1 Alexandre Alves Costa, Textos datados, UC: Coimbra, 2007, p.109. / 2 Ibid. / 3 Universidade Digital: Gestão de Informação, 2010. / 4 Vd. e.g.: Nuno Portas, A Habitação Social: proposta para a metodologia da sua arquitectura, Porto: FAUP, Dezembro 2004. / 5 Fernando Távora, Entrevista com o Arquitecto Fernando Távora, in: Arquitectura, N.123?, Outubro 1971, p. 149- 153. / 6 Ibid. / 13 Proposta de estruturação e Plano de estudos Curso de arquitectura: ESBAP: 1977, p.1. (policopiado). / 14 Eduardo Fernandez, Os encontros do curso de arquitectura e as Bases gerais de 75/76, in: A escola do Porto: Contributos para a actualização de uma ideia de escola, Guimarães: EAUM (Doutoramento), 2010. / 15 Raquel Paulino, O Ensino da Arquitectura na Escola do Porto: ESBAP: FAUP: Construção de um projecto pedagógico entre 1969 e 1984, Porto: FAUP, 2014. / 16 DL 498-F/79, de 21 de Dezembro. / 17 “Dissertação expressamente elaborada para o Concurso de habilitação para obtenção do título de professor agregado e constituindo trabalho original sobre assunto respeitante a cadeiras do 1º grupo do Curso de Arquitectura da ESBP (…) em Dezembro de 1979, que também se poderia chamar Memórias do cárcere desastres de Sofia ou memórias de um burro”. Foi reeditado em 1982 pela ESBAP/FAUP. / 18 Álvaro Siza Vieira, prefácio, in: Alves Costa, Dissertacão…, Porto: ESBAP, 1982. / 19 O livro conclui com citação intrigante de Mark Twain: “Dito isto, nada mais tenho a contar. Que alivio, Se tivesse previsto o trabalhão que dava escrever um livro, não o teria começado. Nunca mais cairei nessa asneira”. / 20 Alves Costa, Dissertacão…, Porto: ESBAP, 1982, p. / 26 Álvaro Siza Vieira, O pavilhão Carlos Ramo, in: Arquitectura Portuguesa, N.11, Fevereiro-Março 1987, p.50. / Alexandre Alves Costa, …, in: Arquitectura Portuguesa, N.11, Fevereiro-Março 1987. / 27 Fernando Távora, Perfácio, in: Desenho de Arquitectura: Património da ESBAP, Porto: UP, 1987, p.7. / 28 Alexandre Alves Costa, Mário Bonito, Desenho de Arquitectura: Património da ESBAP, Porto: UP, 1987. / 29 Alexandre Alves Costa, Textos datados, Coimbra: UC, 2007, p.85. / 30 Vd eg: Manuel Mendes, Os anos 50. In: Ra, N.0, Porto: FAUP, 1987, p.25. / 31 Alexandre Alves Costa, Considerações sobre o ensino da Arquitectura, Jornal dos Arquitectos N.55, 1987. / 32 Carlos Machado, 24.4.2020. (Conversa com o autor). / 33 Alexandre Alves Costa, Textos datados, Coimbra: UC, 2007, p.229. / 34 Maria Casanova, 2020. (Conversa com o autor). / 35 José Cabral Frias, 2020. (Conversa com o autor). / 36 Jorge Figueira, Entrevista a Alexandre Alves Costa, in: Unidade, N.1, Porto: AEFAUP, 1988, p.22-25. / 37 Carlos Machado, 2020. (Conversa com o autor). / 38 Carlos Machado, 24.4.2020. (Email para o autor) / 39 Manuel Mendes, Ir ao sítio com o nascer do dia…., in: Architécti, N.2. Lisboa, Maio 1989, p. / 40 Manuel Mendes, Cit. in: Michel Toussaint, Dezasseis obras no meio de quê?, in: Architécti, N.7, Lisboa, Dezembro 1990. / 41 Alexandre Alves Costa, Reconhecer e Dizer, in: Architécti, N.5, Lisboa, Junho 1990. / 42 Ibid. / 43 Ibid. / 44 AAVV, Guia. Porto: FAUP, 1992-93, p.104-5. / 45 Álvaro Siza Vieira. O Edifício da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto: Percursos do projeto. Porto: FAUP, 2003. / 46 DR (2ª série) 224, de 27.9.1994. / 47 AAVV, Guia do estudante 1999-2000, Porto: FAUP, 1999. 48 Alexandre Alves Costa, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, in: V Mostra Internazionale di Architettura (Catálogo), Milão: ELecta, 1991. / 49 Alexandre Alves Costa, Introdução ao estudo da História da Arquitectura Portuguesa: Outros textos sobre Arquitectura portuguesa, Porto: FAUPpulicações, 1987, p. contracapa. / 50 Tal é nos partilhado pelo autor em livro posterior de 2007: “(…) veio a constituir a estrutura da aula integrada nas provas de agregação “Introdução ao Estudo da Arquitectura Portuguesa” publicada pela FAUP em 1995)”. / Alexandre Alves Costa, Textos datados, Coimbra: UC, 2007, p.27. / 51 Alexandre Alves Costa, “A problemática, a polémica e as propostas da Casa Portuguesa”, 1980. (aula). / 52 Alexandre Alves Costa, Á memória presente de mestre Carlos Ramos, 1987. / 53 Alexandre Alves Costa, “Só fazemos bem Torres de Belém”, proveniente da colagem de textos realizados entre a exposição “Anos 60/Anos 80” de Serralves (1991) e o “VI Congresso da AAP” de 1992. / Vd tb: Manuel Mendes e Nuno Portas (orgs.), Arquitectura Portuguesa: anos sessenta, anos oitenta. Porto: Fundação de Serralves, 1991. / 54 Alexandre Alves Costa, Introdução ao estudo da História da Arquitectura Portuguesa, Porto: FAUPublicações, 2007. / 55 Rui Barreiros Duarte, Prática e teoria, in: Arquitectura e Vida, N.40, Julho-Agosto 2003, p. 46-53. / 56 Alexandre Alves Costa, Os Modernos são em geral superiores aos antigos, in: JA, N.214; Lisboa, Janeiro-Março 2004, p. 8-13. / 57 Alexandre Alves Costa, Textos datados, Coimbra: UC, 2007, p. contracapa. / 58 Sessão ocorrida na SRN-OA em 2004. / 59 Alexandre Alves Costa, Os modernos são em geral superiores aos antigos, in: JA, N.214 (Geração x), Lisboa, 2004. / 60 Diana Sousa (Coord.), Páginas Brancas 2008, Porto: QuidNovi e AEFAUP, 2008. / 61 DL 96/2009, de 27 Abril. / 62 Vd. Souto Moura vence o prémio Pritzker 2011, o Nobel da arquitectura, in: Público, 28-03-2011. / 63 Alexandre Alves Costa, Reconhecer e Dizer, in: Architécti, N.5. Lisboa, Junho de 1990. / 64 Alexandre Alves Costa, Metrópole, in: Arq./a, N.123, Agosto 2016, p.99. / 65 Alexandre Alves Costa, Centralidade do Real: onze arquitetos, onze textos, onze projetos improváveis, Coimbra: Universidade de Coimbra, 2019. /  

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